CAMPANHA FLORESCER – PROMOÇÃO DE SAÚDE PRIMÁRIA EM UMA OCUPAÇÃO URBANA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Palavras-chave: Atendimento Básico em Saúde, Demandas de Populações Marginalizadas, Promoção da Educação em Saúde, Saúde em Populações Vulneráveis

Resumo

A campanha Florescer nasceu da necessidade de promoção do atendimento básico e educação em saúde à população de um bairro marginalizado. São consideradas populações vulneráveis aquelas mais suscetíveis a sofrer danos e negligências sociais². Nesse contexto, os grupos mais negligenciados são aqueles que apresentam piores indicadores de saúde¹. A área de ocupação urbana da ação abriga famílias brasileiras e venezuelanas. Esta é carente de medidas de promoção de saúde pública, pois não é coberta pela abrangência de nenhuma Unidade Básica de Saúde. Os objetivos da presente ação foram assistir, via saúde primária, essa população e oportunizar a aprendizagem de condutas fundamentais em acadêmicos da área de saúde. A ação se utilizou de trabalho voluntário, o que beneficia tanto a população atendida como seus agentes, pela repercussão positiva na sua própria saúde, como: elevação da sensação de bem-estar e diminuição de sintomatologia depressiva³. Primeiro, foram realizadas reuniões de organização e estruturação da campanha. Então, realizou-se o contato com os profissionais, sendo convidadas 2 médicas de família e comunidade, 1 pediatra e 4 odontologistas. Depois, houve uma capacitação dos participantes. No dia da ação, 24 estudantes voluntários dos cursos de medicina, enfermagem e odontologia auxiliaram na realização. Os voluntários foram alocados em dois grupos, das 14h às 16h: um grupo acompanhou os profissionais no atendimento (recepção e triagem dos pacientes), enquanto o outro preparou lanches, adquiridos por doações, para as crianças. Das 16h às 18h, o segundo grupo fez o atendimento, enquanto o primeiro realizou uma ação de educação em saúde sobre dengue com os moradores. Através da iniciativa, 57 pacientes foram atendidos. O feedback destes, via conversa informal e um questionário via forms, foi positivo, salientando a importância de projetos que facilitem o acesso ao serviço de saúde e destacando a comunicação dos pacientes venezuelanos com os profissionais de saúde. O projeto também foi de grande importância para os discentes, pois permitiu a prática de habilidades em saúde e o trabalho multiprofissional. As famílias que vivem em áreas de ocupação são afetadas pela precariedade dos serviços de saneamento básico, alimentação, acesso aos serviços de saúde, entre outras restrições que contribuem para a persistência de condições  precárias e aumentam a suscetibilidade a doenças¹. Por meio da ação, os estudantes compreenderam a importância da assistência básica em saúde e refletiram sobre a complexidade do cuidado em saúde de populações vulneráveis. Essa ação representa um pequeno e importante passo para trazer atendimento básico, acolhimento, voz e visibilidade para essa população4. Portanto, apesar das limitações, foi possível atender a comunidade de forma eficaz, conhecer suas principais necessidades e estabelecer vínculo entre a população e os profissionais, além de provocar grandes aprendizados aos discentes. As demandas do bairro em questão exigem atenção do poder público e o intermédio de todos os níveis hierárquicos do serviço de saúde. Intervenções como a presente se fazem cruciais para prover saúde, instrução e dignidade, não só aos atendidos, mas também aos atendentes.

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Biografia do Autor

Beatriz Gardin Machado

Acadêmica de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil
beatriz.gardinm@uel.br

Ana Sofia Vilas Boas Simões, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil
anasofia.simoes@uel.br

Heloísa Dellandrea

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil
heloisa.dellandrea@uel.br

Júlia Zampa Fajardo, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil
julia.zampa.fajardo@uel.br

Maria Eduarda Gertrudes Silva, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil
maria.eduarda.gertrudes.2001@uel.br

Mateus Augusto Mello, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

mateus.augusto.mello@uel.br

Melissa Caroline Godoi Prestes, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil
melissa.caroline@uel.br

Marna Eliana Sakalem, Universidade Estadual de Londrina

Doutora em Neurociência e Comportamento pela Universidade de Münster - Westfälische Wilhelms-Universität
Docente de anatomina na Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil
marna@uel.br

Publicado
2024-12-06