MELANOMA CUTÂNEO MALIGNO DE DIAGNÓSTICO TARDIO: UM RELATO DE CASO

Palavras-chave: diagnóstico precoce, melanoma, prevenção

Resumo

O melanoma cutâneo maligno é o tipo de câncer de pele mais agressivo, sendo decorrente de um crescimento anormal dos melanócitos, presentes na epiderme.1 Globalmente, o melanoma apresenta crescente incidência e alta letalidade, ocorrendo com maior frequência em indivíduos de fototipo I e II de Fitzpatrick, expostos à radiação ultravioleta e com predisposição genética.2 O diagnóstico precoce é fundamental para a diminuição da mortalidade e para aumentar a expectativa de sobrevida em casos graves da doença.2  Assim, a autoavaliação pelo mnemônico ABCDE, que consiste em descrições de lesão neoplásica, é indispensável para rastreio da doença, além da prevenção com o uso de protetores solares.2 Paciente, sexo feminino, 48 anos, relatava surgimento de lesão em dorso há 6 anos com crescimento progressivo (Figura 1). Há 1 mês mostrou a lesão à irmã, profissional da saúde, que suspeitou que poderia ser um melanoma. No exame físico, foi detectada uma mácula hipercrômica de aproximadamente 2 x 3 cm com bordas irregulares e multicores, e a dermatoscopia detectou padrão reticular com pontos, área de rede atípica, véu cinza-azulado, bordas abruptas, área branca rosada excêntrica com polimorfismo vascular (Figura 2 e 3). Realizou-se biópsia excisional com margens de 2mm da lesão. O material foi enviado para análise patológica. A biópsia excisional de lesão de pele em dorso superior detectou melanoma invasivo, de tipo histológico extensivo superficial com ulceração, nível de invasão Clark II e espessura tumoral máxima Breslow de 0,5 mm. Após cirurgia, paciente relatou um aumento de sensibilidade na região, lombalgia e dor no braço direito. Após biópsia, solicitou-se tomografia de tórax e abdômen com contraste para investigação de metástase e linfonodo sentinela de metástase e estadiamento III. Segue em acompanhamento ambulatorial, aguardando ampliação de margens conforme o Breslow. O melanoma extensivo superficial é o subtipo histológico mais comum. Em homens, as lesões surgem no tronco e em mulheres, geralmente nas pernas. Contudo, para ambos os sexos, lesões são frequentemente observadas no dorso superior,3 característica condizente com o caso apresentado. A biópsia excisional, realizada na paciente, é considerada padrão-ouro no diagnóstico e consiste na ressecção completa da lesão da pele.4 Isso permite a avaliação dos critérios de microestadiamento, principalmente da profundidade de invasão (Breslow), que é o fator mais relevante para a definição do prognóstico e tratamento dessa neoplasia.5 O atraso no diagnóstico pode levar ao aumento em médio prazo na espessura de Breslow e no aumento do estágio de melanomas invasivos.6 O caso ilustra a necessidade de medidas educativas direcionadas para população, atuações de cunho preventivo e a melhora do fluxograma em lesões suspeitas de câncer da pele em especial o melanoma com intuito do tratamento precoce, contribuindo  para o melhor prognóstico dos pacientes com melanoma.

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Biografia do Autor

Allan Victor Andrade Gomes, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

allan.victor.andrade@uel.br

Marina Gubert, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

marina.gubert94@uel.br

Clara Akemi Iwakura, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

clara.akemi.iwakura@uel.br

Maria Heloísa de Souza Bonfim, Universidade Estadual de Londrina

 

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

maria.heloisa.bonfim@uel.br

Geovana Balaben, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

geovana.balaben@uel.br

Mariana Rebolho Sant’ Ana, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

mariana.rebolho@uel.br

Pabllo Batista Moura, Universidade Estadual de Londrina

Estudante de medicina da Universidade Estadual de Londrina
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, PR, Brasil

pabllo.batista@uel.br

Bruna Tuma, Universidade Estadual de Londrina

Mestrado em Medicina Interna e Terapêutica

Dermatologista

Docente departamento de clínica médica Universidade Estadual de Londrina

Londrina, PR, Br

Publicado
2024-12-06