ARTE E AGÊNCIA RELIGIOSA

PODE O MANTO TUPINAMBÁ FALAR?

  • Giulia Villa UFMS
  • Tays Mirian Oliveira Almeida UFMS
  • Maria Raquel da Cruz Duran UFMS

Abstract

Pensar sobre os museus e a arte é se aproximar de temas muito presentes na antropologia, como a alteridade já que é nos gabinetes de curiosidades, que se reuniam objetos etnográficos, onde podemos dar o início do que entendemos hoje enquanto museus etnográficos. Se ainda hoje a dimensão dos museus e das artes é marcada por etnocentrismos e relações desiguais de poder, mesmo com políticas que trabalham em prol de modificações frente a esse contexto, a gênese das coleções etnográficas foi marcada por questões hoje tidas como passíveis da tecitura das mais variadas críticas. Por isso, a partir de dois momentos de encontro entre museus e objetos cerimoniais ou religiosos (ritual e funerário, respectivamente), um com o manto tupinambá e outro com o corpo de uma criança indígena, realizaremos uma reflexão antropológica sobre os usos, os dilemas e as novas propostas que os museus têm produzido sobre tais coisas, antes nomeadas objetos etnográficos. Para tal, foram realizadas discussões sobre museus e coisas, tanto a partir do arcabouço teórico desenvolvido pelo Grupo de Estudos Antropologias dos Museus e das Artes (GAMA) da UFMS/Campo Grande, do qual somos bolsistas, quanto de leituras específicas à temática aqui proposta.  Com isso, pretendemos apresentar uma discussão que demonstre as múltiplas facetas museológicas no tratar de suas coleções etnográficas, citando o exemplo do campo religioso.

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References

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Published
2024-01-28