Um estudo antropológico da etnicidade japonesa na escola Visconde de Cairu, em Campo Grande/MS
Palavras-chave:
etinicidade japonesa, cultura, educação, identidadeResumo
Este artigo propõe uma observação sobre a presença da etnicidade japonesa na Escola Visconde de Cairu, em Campo Grande/MS, e sua influência nas práticas educacionais, sociais e culturais da instituição. A pesquisa, de natureza qualitativa e com base etnográfica, fundamenta-se na leitura de livros, artigos e revistas, além da utilização de observação participante, diário de campo e entrevistas semiestruturadas com professores da Escola Visconde de Cairu. Teoricamente, apoia-se em Catherine Walsh (2013), entendendo a escola como território em disputa epistemológica, onde experiências nipo-brasileiras mobilizam práticas insurgentes que tensionam saberes hegemônicos e reconfiguram sentidos de pertencimento e identidade. Este estudo é desenvolvido no âmbito de um projeto de Iniciação Científica (PIBIC) e encontra-se em andamento e em fase final, com conclusão prevista para o mês de agosto. As entrevistas ainda serão realizadas, mas a hipótese preliminar aponta para o papel da escola como agente ativo na valorização de identidades culturais, indicando que a presença da etnicidade japonesa contribui não apenas para a preservação de saberes e tradições, mas também para o desenvolvimento de práticas pedagógicas mais inclusivas e contextualizadas, como projetos interdisciplinares, oficinas culturais e ações que promovem o diálogo entre a escola e a comunidade nipo-brasileira.
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