Quando o misticismo e a pseudociência legitimam a política

Authors

  • Gabriel Alex Principe UENP
  • Alfredo Moreira da Silva Junior UENP

Keywords:

Misticismo, Pseudiciência, Política, Nazismo

Abstract

Analisar o misticismo e a pseudociência no nazismo é uma tarefa perturbadora, mas necessária para combater as interpretações fantasiosas popularizadas pela cultura pop e por teorias conspiratórias. Este trabalho investiga a intersecção entre o ocultismo, a pseudociência e a política racial nazista, utilizando como base teórica especialistas como Nicholas Goodrick-Clarke e, principalmente, a metodologia de Pierre Rosanvallon sobre "o político". A pesquisa se justifica pela atualidade de discursos que misturam misticismo e política, como visto na pandemia de COVID-19. O estudo parte do século XIX, berço do nacionalismo alemão e do esoterismo, para então analisar como a SS materializou essas ideias em seus departamentos, como a Ahnenerbe, usando o revisionismo para legitimar a barbárie. Ao focar na esfera simbólica e ideológica do poder, em vez de apenas nas instituições formais, o trabalho busca compreender como o "impolítico" se tornou política de Estado. Por fim, cumpre o dever da História de alertar sobre os perigos dessa fusão entre razão e barbárie, contribuindo para a compreensão dos desafios políticos contemporâneos.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Gabriel Alex Principe, UENP

Graduando em História. UENP

Alfredo Moreira da Silva Junior , UENP

Doutor em Ciências da Religião pela PUC-SP, Professor Associado do Centro de Ciências Humanas e Educação da  UENP Campus Jacarezinho.

References

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento. Tradução de Guido Antonio de Almeida, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985.

ALTHUSSER, Louis. Política e história: de Maquiavel a Marx. Trad. Ivone C. Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo: anti-semitismo, imperialismo e totalitarismo. São Paulo. Companhia das Letras. São Paulo. 1990.

BASTOS, Ismael de Freitas. A nova direita e o revisionismo histórico. 1. ed. Rio de Janeiro: Telha, 2020.

BERTONHA, João Fábio. Nazismo, ocultismo e conspirações. História Unisinos, vol. 11, núm. 3, setembro-dezembro, 2007, pp. 381-384. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo, Brasil.

BESANT, Annie Wood. A Visão Teosófica das Origens do Homem: um Ensaio sobre Antropologia Esotérica / Annie Besant, C. W. Leadbeater; tradução Joaquim Gervásio de Figueiredo. São Paulo: Pensamento, 2009.

BLAVATSKY, Helena P. A Doutrina Secreta. Vol. 1. São Paulo : Pensamento, 2012.

GOODRICK-CLARKE, Nicholas. As raízes ocultistas do nazismo: cultos secretos arianos e sua influência na ideologia nazi (os Ariósofos da Áustria e da Alemanha, 1890-1935). Lisboa: Terramar, 2002.

___________________________. Sol negro: cultos arianos, nazismo esotérico e políticas de identidade. São Paulo: Madras, 2004.

KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. 5a Edição. Trad. Manuela Pinto e Alexandre Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

MEINERZ, Marcos Eduardo. “Hitler me disse”: Considerações sobre a relação do nazismo com crenças ocultistas ao longo do século XX. Espaço Plural • Ano XIX • Nº 38 • 1º Semestre 2023. p. 01-34. ISSN 1981-478X.

MONIZ, Luiz Cláudio. Mito e Música em Wagner e Nietzsche. São Paulo: Madras, 2007.

ROSANVALLON, Pierre. Por uma história do político. Trad. Christian Edward Cyril Lynch. São Paulo: Alameda, 2010.

___________________________. A contrademocracia: a política na era da desconfiança. Tradução de Cícero Araujo. São Paulo: Instituto Pólis, 2009.

WEBER, Max. A Política como Vocação. In: WEBER, Max. Ciência e Política, Duas Vocações. São Paulo: Editora Cultrix, 1996. p. 53-124.

Published

2025-10-09