Literatura e ensino: um olhar sobre o poder do texto literário sobre o jovem discente

Resumo

Em seu trabalho “Formação de leitores e razões para a Literatura” (2009), Ricardo Azevedo aborda uma realidade recorrente sobre o clássico discurso imposto ao jovem futuro leitor a respeito da importância de ler determinadas obras literárias. Realmente há uma verdade nesta sentença, porém o “sermão” é geralmente pregado por adultos “não leitores”, assim essa relação pode não ser funcional pois, a visão de um adulto não leitor sobre uma produção literária não alcança a genuína riqueza de tal obra tomando-a por uma obrigação e fluindo por um viés “pedagógico”. Essa forma abrupta de incentivo à leitura é díspar a relação proposta da Literatura, sendo que o texto literário tem de entre como as inúmeras funções “abrir” possibilidades para novos horizontes, incomodar, “mexer com as estruturas” impostas pela sociedade, fazendo com que o indivíduo reflita sobre questões intimistas da humanidade. Porém levar obras consagradas ao “jovem leitor” é importante, sendo elas um retrato de aspectos sociais e históricos de uma determinada época, levando em consideração o fato de uma grande parte dos discentes só terão contato com esses textos na sala de aula. O foco do presente trabalho é no impacto que os textos literários causam em uma sala de aula por trazerem em sua estrutura essas questões que permeiam a natureza do homem com isso, a reação que as obras “Circuito fechado” de Ricardo Ramos e “A turma” de Domingos Pellegrini provocaram em alguns alunos foi importante para a primeira experiência “em campo”, pois foi possível vivenciar o “poder” da Literatura sobre o indivíduo.